Devil Doll – Dies Irae – 1996 – Eslovênia.Músicos:
MR. Doctor: Vocal.Francesco Carta: Piano.Sasha Olenjuk: Violino.Roman Ratej: Bateria.Bor Zuljan: Guitarra.Jani Hace: Baixo.Davor Klaric: Teclados.Micheal Fantini Jesurum: Orgão.WITH:Norina Radovan: Soprano.Drago: Acordeom.Paolo Zizich: Backing vocal.GLORIA CHORUS conducted by Marian Bunic and The Slovenian Philharmonic Orchestra soloists:Igor Skerianec: Violoncelo.Irina Kevorkova: 2nd violino.Frain Gashi: Double bass.Faixas:01/18-Dies Irae (71:53)Part1 - 2:50
Part2 - 2:18
Part3 - 2:48
Part4 - 3:13
Part5 - 2:00
Part6 -1:42
Part7 - 2:02
Part8 - 1:23
Part9 - 2:38
Part10 - 4:22
Part11 - 3:09
Part12 - 5:21
Part13 - 3:08
Part14 - 1:10
Part15 - 1:18
Part16 - 2:35
Part17 - 1:22
Part18 - 28:26Estilo: Prog Sinfonico/Gothic.“A full immersion in the labyrinth of the mind - Mr. Doctor”
A frase acima, de
Mr. Doctor, define bem o seu último e derradeiro projeto. O que eu posso dizer a respeito de
Dies Irae? Posso dizer que se trata de uma grande sinfonia, regada com muitos movimentos de corais magistralmente conduzidos, passagens orquestrais, interlúdios calmos de piano e cello, sinistros órgãos e, claro, a interpretação sempre soberba de
Mr. Doctor. O álbum tem tudo isso, entretanto algo diferencia
Dies Irae dos outros: Ele não é tão sombrio quanto o
Sacrilegium, por exemplo.
Dies Irae abre muito espaço para a opera, e para sinfonias, mas há ainda outro detalhe, nesse álbum percebe-se bem a influência do
metal, mais notadamente,
doom metal. Não são raras as sinfonias que são interrompidas por passagens de grande peso, mas sem dispensar a inteligência das composições, sempre presente na banda.
O álbum foi o que mais deu trabalho para ser feito, visto que foram 1000 horas de gravação. Sendo o protagonista de um dos episódios mais misteriosos na história da banda. Originalmente intitulado como
The Day of Warth (O dia da ira), o álbum, supreendentemente, foi gravado duas vezes, sendo que em ambas as tentativas o estúdio pegou fogo. Isso rendeu ao álbum a alcunha de
The Cursed Álbum, ou “o álbum amaldiçoado”. Esse trabalho quase não saiu, até que
Mr. Doctor decidiu gravá-lo com o novo título de
“Dies Irae”.
Toda essa mística sobre o trabalho aumenta a curiosidade de quem o ouve. O resultado é submergir ainda mais profundamente no universo do álbum.
Tenho pra mim, que Mr. Doctor já sabia que esse seria o seu último trabalho. Nada mais natural, portanto, que o álbum trate do fim dos tempos, o último capítulo da história: O apocalipse. Mas Mr. Doctor, não se inspirou em fontes tão ‘lugares comuns’ como Bíblias ou Cristianismo. Doctor explorou fundo, um antigo poema medieval com o mesmo título do álbum. Várias passagens desse poema podem ser encontradas ao longo da letra da música. A obra do escritor Edgar Allan Poe também foi explorada nesse álbum, mais notadamente o desconhecido poema The Conqueror Worn - O verme conquistador. Mas isso nada tem de relação com o fim dos tempos. Para mim, de alguma forma, Mr. Doctor relacionou ao longo das letras o fim dos tempos com sua própria história, pois ele seria o verme conquistador. Teorias...
Encerro a resenha falando um pouco sobre o conteúdo musical do álbum. Como dito, o disco é soberbo, os pequenos fragmentos formam um épico, uma grande criação, que resultou em 45 minutos de puro surrealismo. Devo citar que mais de vinte minutos do último fragmento são de puro e completo silêncio. Temos os três primeiros minutos de música, silêncio e, por fim, lá na casa dos 26 minutos aparece um trecho muito bonito com violinos, o qual chamo de Part 19.
Uma descrição faixa a faixa seria inviável se tratando desse álbum, temos momentos excelentes, ótimos, bons e interessantes, dos quais eu teço maior destaque:
Part 1: introdução muito climática com violinos, que lembram o famoso tema do filme psicose. No final, um crescente com a entrada da banda inteira.
Part 2: interlúdio apocalíptico e fragmentado com bela atuação da soprano que acompanha a banda nesse álbum.
Part 3: Belíssima representação e atuação de Mr. Doctor nos vocais, sendo acompanhado unicamente por piano.
Part 9: Lindíssimo tema com toda a orquestra tocando, como base para a primorosa atuação do coral recitando o nome do álbum ‘Dies Irae’.
Part12: Essa merece comentário separado. De longe o momento mais mórbido, climático e soturno do disco. Vocais infantis, gritos, risadas sinistras, portões se abrindo e solos de violino. No final Mr. Doctor fala a palavra assassino, o que vem a seguir é uma simulação de um assassinato com gritos que parecem vir do inferno mais profundo, enquanto a orquestra toca com um esplendor diabolicamente infernal, como se fosse o amanhecer dos tempos. Simplesmente aterrador e perfeito esse trecho, próprio para se ouvir com fones de ouvido. :reza:
Part13: Bonito e peculiar dueto de Mr. Doctor com a cantora lírica. E por fim Part18: O apoteótico final de Dies Irae, após a conclusão das letras.
Bom, é isso, confrades. Espero que ouçam e gostem do álbum.