Esses singulares ingleses de Bristol são o O.V.N.I. musical do ano, sem qualquer sombra de dúvidas... senão vejamos: de que outra forma poderíamos designar uma banda que nos anos 90 se caracterizava por fazer uma espécie de risível arremedo
ambient de
hip hop, pejado de '
malaise de desfile de moda' e 'melancolia de
boutique', e que 11 anos depois de seu último lançamento ressurge com uma verdadeira
OBRA-PRIMA? Quem, pois, poderia supor que o Portishead voltaria à liça, nesta altura do campeonato, fazendo uma espécie de improvável síntese entre This Heat, Silver Apples, Harmonia,
early Pink Floyd,
jazz,
gothic rock e 'música de filme de espionagem num Estado totalitário intergalático'?
Third é uma nebulosa imprecisa e ameaçadora, onde estilhaços sonoros e fragmentos de desassossego se fundem para conjurar um álbum a um só tempo sombrio, dissonante, evocativo, elegante e hipnótico.
Em suma: seriíssimo candidato a disco do ano, e presença desde já garantida entre os melhores da década.