Swans -
Cop (1984 - EUA)
Faixas:
01) Half Life - 4:18
02) Job - 4:45
03) Why Hide - 5:50
04) Clay Man - 5:05
05) Your Property - 4:46
06) Cop - 6:46
07) Butcher - 4:01
08) Thug - 5:10
Músicos:
Michael Gira / vocais,
tapes Roli Mosimann / bateria, sucata industrial,
tapes Norman Westberg / guitarra elétrica
Harry Crosby / baixo elétrico
Eis que nem sempre, meus caros confrades, o que se denomina como ' rock industrial' caracterizou-se pela monótona pasmaceira eletrônica pseudo-metalizante de bandas como NIN, Ministry, KMFDM, etc. Houve, pois, um tempo, mais especificamente entre 1977 e 85, em que o termo designava um conjunto de artistas, provenientes sobretudo da Inglaterra, dos EUA e da Alemanha, que empregavam fontes não-musicais (tais como sucata industrial,
found sounds ,
tapes , distorção eletrônica, etc.) em suas composições; formações como Throbbing Gristle, Einstürzende Nëubaten, Test Department, SPK, Blech, Cassiber, Foetus, Whitehouse, NON, Psychic TV, Factrix e, claro está, os mefistofélicos novaiorquinos dos Swans, banda em tela na presente postagem.
E é justamente no estraçalhante
Cop (1984), segundo LP deles e ponto culminante da fase áurea da banda, que a estética dos Swans revela sua face mais opressiva e esmagadora; ademais, o ouvinte atento poderá detectar boa parte das matrizes sonoras que hoje informam a ala mais extrema do
doom metal (Burning Witch, Halo, Cortisol, Khanate, Stumm, etc.), bem como elementos presentes em grupos inclassificáveis como Aluk Todolo, Health, etc.
A sonoridade dos caras já foi descrita por um crítico britânico como "
Sister Ray , do Velvet Undergroud, a 16 RPM e mergulhada num pântano"; de facto, trata-se duma descrição brilhante, assaz acurada: claustrofóbica, ominosa, morosa, catatônica e avassaladora, nos primeiros anos a banda era crueldade sonora em estado bruto, alicerçada na bateria monomaníaca e detonações industrialistas do suiço Roli Mosimann; na guitarra dilacerante e agônica de Norman Westberg; no baixo hipnótico de Harry Crosby; e, claro está, nas insanas imprecações e escalafobéticos ruídos aleatórios perpetrados pelo insano vocalista Michael Gira, líder da banda e também responsável pela cinérea atmosfera de pesadelo kafkiano e perversão sádica que emanava das letras.
Enfim, confrades:
PAULADA.