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| | Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais | |
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+6berola Prodigio leobarbosa Aristocrata Deer Hunter Kamikaze 10 participantes | Autor | Mensagem |
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Kamikaze Admin
| Assunto: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Mar 26, 2009 11:23 pm | |
| Hiroshima Mon Amour (1959) França / Japão Direção / Alain Resnais Elenco / Emmanuelle Riva, Eiji Okada, Stella Dassas, Pierre Barbaud Roteiro / Marguerite Duras Música / Giovanni Fusco, Georges Delerue Fotografia / Sacha Vierny, Michio Takahashi Creio que Hiroshima Mon Amour talvez seja uma das poucas obras na história do cinema em que é possível escutar a diáfana voz do silêncio. Nos anos em que a Sétima Arte foi silenciosa, o que podíamos captar não era a presença do silêncio, mas apenas a ausência da palavra; e a partir do momento em que o cinema passou a estar sob a égide da prosa do mundo, o silêncio desapareceu sob a avalanche de um quase sempre infernal concerto de ruídos. Em Hiroshima Mon Amour , contudo, esse mistério da aurora dos tempos nos é desvelado: a espectral voz do silêncio... e quando aqui falo em silêncio não penso, de modo algum, em negação da palavra, mas em algo que a transcende, numa dimensão que está além da capacidade de expressão do discurso. As palavras de Hiroshima , em sua beleza a um só tempo luminosa e cruel, sem dúvida expressam muito da essência do filme. Mas é certamente no ballet hipnótico do andar inquieto, do movimento tenso das mãos, dos gestos repentinos e crispados, e, sobretudo, do olhar incandescente de Emmanuelle Riva, que a grandeza da obra de Resnais nos é revelada em toda a sua magnitude. A deslumbrante atriz francesa, na mais perfeita interpretação que já vi, consegue transfigurar silêncio em verbo pleno de significados, em ausência que se faz presença. Tanto nas cenas que se passam em Hiroshima, com Eiji Okada funcionando como contraponto, quanto nos flashbacks que remetem aos eventos ocorridos em Nevers durante a II Guerra Mundial, pressentimos que o silêncio fala através da angustiada coreografia espiritual dos atores, verbalizando o incomunicável, dando corpo ao intangível. O desespero lancinante de Emmanuelle Riva, digno da dor severa e imponente de uma tragédia grega, somente pode ser consubstanciado em sua totalidade por meio do dizer do silêncio, num discurso que não pode ser articulado como produção racional de sentido, mas sim como visão intuitiva, e até mesmo profética, de uma verdade que se entrevê nas névoas do inefável. Sinfonia rigorosa de silêncio, sensações, palavras agônicas, luz e sombras, Hiroshima Mon Amour é uma grave meditação sobre a questão da memória, sobretudo da lembrança como ponto de partida para o esquecimento. Talvez a conquista do presente, se realizando na possibilidade do esquecimento, esteja no afastamento definitivo do passado. Mas como se libertar do passado na pálida esperança de um presente evanescente, que já se esfuma em passado? Emmanuelle Riva vaga pelas ruas de Hiroshima através das brumas de Nevers, caminha no presente pelas etéreas veredas do passado. Ela tenta pateticamente amar um arquiteto japonês, mas o que consegue ver, no vácuo da memória, onde a luz dos séculos se desintegra em reflexos crepusculares, é o rosto morto de um soldado alemão; tenta suprimir Nevers da memória, mas a reencontra nas ruas de Hiroshima. Em uma passagem particularmente amarga, Riva divaga, diante de um espelho: “ Elle a eu à Nevers un amour de jeunesse allemand... Nous irons en Bavière, mon amour, et nous nous marierons. Elle n’est jamais allée en Bavière. Que ceux qui ne sont jamais allés en Bavière osent lui parler de l’amour. Tu n’étais pas tout à fait mort. J’ai raconté notre histoire. Je t’ai trompé ce soir avec cet inconnu. J’ai raconté notre histoire. Elle était, vois-tu, racontable. Quatorze ans que je n’avais pas retrouvé... le gôut d’un amour impossible. Depuis Nevers. Regarde comme je t'oublie... Regarde comme je t’ai oublié. Regarde-moi”. Riva pretende, dando vida, dando materialidade à lembrança, relega-la ao sono do esquecimento. Mas isto não é possível. O que aconteceu nas trevas de Nevers é indelével, e o presente em Hiroshima, que jamais se afirma como possibilidade real de vigência, é desde sempre passado em sua fugidia transitoriedade. A ilusão da lembrança como parteira do esquecimento se desvanece assim como a longa noite de Hiroshima se dissolve na aurora interminável de Nevers... No ocaso de sua inquietante jornada, Riva e Okada reconhecem sua derrota na tentativa de reinventar o presente a partir do esquecimento. “ Hi-ro-shi-ma... Hi-ro-shi-ma. C’est ton nom”, ela diz; replica ele: “ C’est mon nom. Oui. Tom nom à toi est Nevers. Ne-vers-en-Fran-ce”. Ambos admitem, por fim, o desalento de sua posição na ordem do mundo, a impossibilidade do esquecimento como redenção e o peso intolerável de sua identidade e memória, e o universo reconstrói-se “sem ideal nem esperança...”. | |
| | | Convidado Convidado
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Mar 26, 2009 11:33 pm | |
| It was newborn and ten feet tall, but they called it little boy, and C7, H5, O6, N3 - they called him T-N-T.
The fireball would dim the sun, promising death in its cruelest form.
Hiroshima Mon Amour as we beg to be forgiven - do you spit in our face and curse us all.
The fireball that shamed the sun burning shadows on the ground, as the rain falls to dry the land, leaving a desert for the thirsty man.
They all said it would end the war and we thanked Christ for the bomb, and the priests and witches all agreed they should die to keep them free.
The fireball that shamed the sun burning shadows on the ground, as the rain falls to dry the land, leaving a desert for the thirsty man.pqp, vo ate tacá um VIKINK's Alcatrazz aqui |
| | | Deer Hunter
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Mar 26, 2009 11:42 pm | |
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| | | Kamikaze Admin
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Mar 26, 2009 11:47 pm | |
| Bem, a tradução dos diálogos citados: "Ela viveu em Nevers um amor de juventude alemão... Iremos para a Baviera, meu amor, e então nos casaremos. Ela jamais esteve na Baviera. Não ousem falar-lhe de amor aqueles que jamais estiveram na Baviera. Vc não estava inteiramente morto. Eu contei nossa história. Eu te traí esta noite com este desconhecido. Eu contei nossa história... ela enfim podia ser contada, veja vc. Há 14 anos eu não experimentava... o gosto de um amor impossível. Desde Nevers. Veja como te esqueço... veja como te esqueci. Olhe pra mim." (...) “Hi-ro-shi-ma... Hi-ro-shi-ma. É meu nome”. Sim, é meu nome. Sim. Teu nome é Nevers. Ne-vers-na-Fran-ça” | |
| | | Kamikaze Admin
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Mar 26, 2009 11:49 pm | |
| - Deer Hunter escreveu:
- Resenha espetaculeire.
Valeu, dude. | |
| | | Aristocrata
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Sáb Mar 28, 2009 10:04 pm | |
| Até que enfim, um filme cuja sobriedade e beleza transcendem a linguagem em um espectro mirífico-momumental que apenas os homens de grande gênio sóem alçar; gênios capazes de vislumbrar, no crepúsculo e no esquecimento, a transcendência, beleza e magnitude da alma, die schöne Seele hegeliana. Ó sicofanta Smirnov, apesar de todos os dissabores que causais ao MESTRE, Ele lhe manda parabenizar. | |
| | | Kamikaze Admin
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Sáb Mar 28, 2009 10:08 pm | |
| Ao supino Mestre, húmile agradeço o raro e ditoso encômio. | |
| | | leobarbosa
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Dom Mar 29, 2009 12:14 am | |
| - Aristocrata escreveu:
- Smirnoff
AGORA | |
| | | Prodigio
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Abr 02, 2009 2:57 pm | |
| Vou assistir daqui a pouco no cinema, digrátis Depois bosta minhas impressões. | |
| | | berola
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Abr 02, 2009 9:34 pm | |
| Esse filme é coisa de gênio mesmo. Não sei como seguinte, L'année dernière à Marienbad, ainda consegue superar. Ótima resenha, por sinal. | |
| | | Kamikaze Admin
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qui Abr 02, 2009 9:42 pm | |
| - berola escreveu:
- Esse filme é coisa de gênio mesmo. Não sei como seguinte, L'année dernière à Marienbad, ainda consegue superar. Ótima resenha, por sinal.
Thranx, dude. | |
| | | Jake FVCKJN POSER
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Sáb Abr 18, 2009 5:41 am | |
| - Colonel_Kurtz escreveu:
- It was newborn and ten feet tall,
but they called it little boy, and C7, H5, O6, N3 - they called him T-N-T.
The fireball would dim the sun, promising death in its cruelest form.
Hiroshima Mon Amour as we beg to be forgiven - do you spit in our face and curse us all.
The fireball that shamed the sun burning shadows on the ground, as the rain falls to dry the land, leaving a desert for the thirsty man.
They all said it would end the war and we thanked Christ for the bomb, and the priests and witches all agreed they should die to keep them free.
The fireball that shamed the sun burning shadows on the ground, as the rain falls to dry the land, leaving a desert for the thirsty man.
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| | | Prodigio
| | | | Mr Mac
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Qua Jul 28, 2010 3:12 am | |
| - Jake FVCKJN POSER escreveu:
- Colonel_Kurtz escreveu:
- It was newborn and ten feet tall,
but they called it little boy, and C7, H5, O6, N3 - they called him T-N-T.
The fireball would dim the sun, promising death in its cruelest form.
Hiroshima Mon Amour as we beg to be forgiven - do you spit in our face and curse us all.
The fireball that shamed the sun burning shadows on the ground, as the rain falls to dry the land, leaving a desert for the thirsty man.
They all said it would end the war and we thanked Christ for the bomb, and the priests and witches all agreed they should die to keep them free.
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PQP! | |
| | | ForoFock
| | | | Prodigio
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Sáb Jan 04, 2014 1:05 pm | |
| Eu sabia que eu conhecia a Anne do filme "Amour" de algum lugar... | |
| | | W.AR
| Assunto: Re: Hiroshima Mon Amour (1959) - Alain Resnais Sáb Jan 04, 2014 9:29 pm | |
| - horse escreveu:
- Jake FVCKJN POSER escreveu:
- Colonel_Kurtz escreveu:
- It was newborn and ten feet tall,
but they called it little boy, and C7, H5, O6, N3 - they called him T-N-T.
The fireball would dim the sun, promising death in its cruelest form.
Hiroshima Mon Amour as we beg to be forgiven - do you spit in our face and curse us all.
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