The Rolling Stones - Their Satanic Majesties Request (Inglaterra, 1967)
1 - Sing This All Together
2 - Citadel
3 - In Another Land
4 - 2000 Man
5 - Sing This All Together (See What Happens)
6 - She's a Rainbow
7 - The Lantern
8 - Gomper
9 - 2000 Light Years from Home
10 - On With the Show
Mick Jagger - vocais,
backing vocals, sintetizador moog e percussão
Brian Jones - mellotron, percussão, flauta, gaita de fole elétrica, harpa, órgão, sintetizador moog, saxofone e guitarra
Keith Richards - guitarras, baixo e
backing vocalsCharlie Watts - bateria, percussão
Bill Wyman - baixo, percussão,
backing vocals e vocais em "In Another Land"
Nicky Hopkins - piano, cravo, órgão, mellotron
John Paul Jones - arranjo de cordas em "She's a Rainbow"
Eddie Kramer - percussão
Ronnie Lane -
backing vocals em "In Another Land"
Steve Marriott -
backing vocals e violão em "In Another Land"
John Lennon - vocais em "Sing This All Together"
Paul McCartney - vocais on "Sing This All Together"
Anita Pallenberg - vocais
Ian Stewart - órgão
Esse é o primeiro (e até agora, o único) disco dos Stones produzidos pelos próprios Stones. Isso significa que é o seu trabalho mais autêntico e característico? Que nada. Famosos pelo rock inglês com forte influência do blues, o que ouvimos aqui era o som que 9 entre 10 bandas estavam gravando na época: o rock psicodélico. Lançado no final de 1967, ano do ínício da grande profusão do experimentalismo e dos exageros, com a utilização de instrumentos pouco usuais e aumento exponencial da duração das músicas, tudo isso, claro, regado a inúmeras doses de substâncias psicoativas.
Marcadas por vários desencontros entre os músicos e por inúmeras mudanças de nome de músicas e mesmo do disco, as sessões de gravação se prolongaram por praticamente todo o ano 1967. Jagger e Richards, uma dupla já bastante afinada nas composições, dá o clima característico dos Rolling Stones que todos conhecemos, com um timbre de guitarra mais esquisito aqui e uma letra mais viajona ali, mas sempre galgados na musicalidade característica stoniana. Charlie Watts está certeiro, como sempre, e Wyman contribui com a ótima
In Another Land, primeiro single do disco; mas, sem dúvida, o músico mais à vontade com toda aquele clima espacial e viajandão era o idiossincrático Brian Jones. Último disco em que ele participou efetivamente, já que foi encontrado morto na sua piscina cerca de dois anos depois, não seria exagero dizer que ele é a espinha dorsal de todas as músicas, executando todos os instrumentos, esquisitos ou não, de forma magistral, fazendo a diferença principalmente nos longos trechos instrumentais de
Sing This All Together (See What Happens) e
Gomper.
Mas certamente o bom resultado final é mérito coletivo. O riff de
Citadel não teriam saída da mente de nenhum outro ser humano que não fosse Keith Richards, e os arranjos de cordas de
She's a Rainbow, providos pelo futuro baixista/tecladista do Led Zeppelin John Paul Jones, então apenas um desconhecido engenheiro de som, dá ao ouvinte a certeza de se estar diante de um grande disco. Merecem destaque também o pianinho sacana de
The Lantern, que se encaixa absurdamente com a guitarra de Richards, e o encerramento com
On With the Show, que de certa forma já prenunciava o que a banda faria no projeto "Rock and Roll Circus', gravado no ano seguinte e permanecendo inédito por décadas.
A fama adquirida com os cinco discos anteriores e o fato de estarem tocando o 'som da moda' garantiram as ótimas vendagens, mas não impediu que ele fosse escurraçado pela crítica, que o acusou de ser uma mera tentativa de soar como o
Sargeant Pepper's, dos Beatles - o que infelizmente só desmerece o disco dos Stones, na minha opinião muito melhor, em todos os sentidos. De qualquer maneira, apesar das críticas negativas esta é hoje uma obra considerada importantíssima para o rock psicodélico e experimentações afins que se fez nos anos seguintes, tratando em primeira mão (ou quase) de temas espaciais, em
2000 Light Years From Home (talvez inspirado pelo primeiro disco do Pink Floyd, mas aí é mera expeculação), e futuristas, em
2000 Man, que fala sobre relacionamentos amorosos com computadores, algo totalmente fora da realidade na época, mas tão comum nessa já primeira década passada do século XXI, e que foi coverizada pelo Kiss em 1978. Sem dúvida, audição obrigatória para apreciadores de psicodelia em geral, e para pessoas que querem conhecer uma faceta tão peculiar desta que é uma legítima instituição do Rock and Roll.