Muito já se discutiu sobre Brian Eno aqui no fórum, mas creio que ainda não falamos nada a respeito daquele que talvez seja o disco mais estranho de sua carreira.
Bem, o álbum sem dúvida é
x 1957647476478658796890, mas ao mesmo tempo assombra o ouvinte pelo radicalismo monomaníaco, resolutamente
'take no prisoners' full mode ON, com que leva a efeito sua proposta de fazer a
ambient music mais absurdamente catatônica e estática de todos os tempos, no limite mesmo da imperceptibilidade. Aliás, a primeira vez em que escutei o álbum cheguei a pensar que tinha esquecido de ligar o
receiver, ou então que os falantes tinham pifado, pois só no volume 100000000000 vc COMEÇA a escutar alguma coisa.
De resto, o disco é tão inimaginavelmente pouco 'intrusivo' que sua 'presença' é antes de mais nada uma 'ausência'. Ou seja:
Neroli é tão 'inexistente' que vc precisa 'inventá-lo'. :av:
Enfim, é um disco ridículo, patético, abstruso, mas também insolitamente fascinante e hipnótico.