Escrever resenhas bêbado geralmente dá merda. Sim, mergulhei profundamente em uma fase Rvba mode on x 10000, e já sinto a dificuldade de articular idéias e pensamentos. Meus diálogos saem truncados, esbarrando em "ãhnnnn"`s bem como Big Lebowski. É o estado mental perfeito, portanto, para ouvir e curtir uma banda como o Nebula.
Como o Fu Manchu andava meio bundão, interessado mais em carangas envenenadas, suprema playboyzice, do que em tragos, drugs, puteenhas e delírios elétricos, Eddie Glass e Ruben Romano, a dupla Cheech And Chong que fazia o Fu Manchu interessante, encheram o saco, saíram da banda e formaram o Nebula, sempre tendo em mente fazer sons tr000lescos e estupidamente rock and roll.
Ao redor da dupla, orbitaram diversas formações. A banda chegou a contar com o legendário Isaiah Mitchell. No disco ora resenhado, entretanto, o mito das seis cordas, o melhor guitarrista desde, sei lá, Randy Rhoads, não se faz presente.
Pode soar herético, mas ele não fez falta. Eddie Glass manda muito bem, destrói tudo, invoca todos os mortos do rock para inspirarem sua pegada alucinada, encharcada pelos excessos lisérgicos, seus riffs cocainômanos, seus solos ácidos, a sonoridade fluindo através de brumas densas e multicromáticas catapultadas por wah wah`s, flangers e todo sortilégio de truques elétricos.
Ruben Romano assume sua parte na responsa com grande categoria, por seu turno, espancando a bateria com a batida feroz e vigorosa de um John Bonham, guardadas as devidas proporções. Juntamente com Tom Davis e seu baixo caudaloso, fornece o arcabouço ritmico e o groove inebriante que complementam a formidável infusão urdida pelo Nebula.
Eu poderia destacar essa ou aquela faixa. Na real que todo álbum é legendário. Ouça na fé.
Sim, a resenha era pra ser melhor, mas deu pregui...