Less is More - O F.O.R.O.
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Less is More - O F.O.R.O.

Um fórum em defesa da Tirania, do Ódio, da Destruição, do Horror Sagrado e do Rock'n'Roll (não necessariamente nessa ordem...)
 
InícioInício  Últimas imagensÚltimas imagens  RegistarRegistar  Entrar  

 

 KUKL – The Eye (Islândia, 1984)

Ir para baixo 
2 participantes
AutorMensagem
Prodigio

Prodigio



KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Empty
MensagemAssunto: KUKL – The Eye (Islândia, 1984)   KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Icon_minitimeSex Abr 24, 2009 12:07 pm

KUKL – The Eye (Islândia, 1984)

KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Kukl1

01 – Assassin
02 – Anna
03 – Open the Window and Let the Spirit Fly Free
04 – Moonbath
05 – Dismembered
06 – Seagull (Fuglar)
07 – The Spire
08 – Handa Tjolla

Björk Guðmundsdóttir – vocais
Einar Örn Benediktisson – vocais e trumpete
Guðlaugur Kristinn Óttarsson – guitarra
Birgir Mogensen – baixo
Einar Arnaldur Melax – teclado
Sigtryggur Baldursson – bateria


A cantora islandesa Björk Guðmundsdóttir merece um reconhecimento que deve preceder qualquer análise que possa-se por ventura vir-se a fazer de seus talentos musicais: conseguiu um lugar no mainstream mundial mesmo fazendo um pop esquisito e de difícil assimilação, dando uma verdadeira nova concepção para o gênero e influenciando inúmeros artistas (indie ou não) surgidos nos últimos vinte ou trinta anos.

Mas antes de se aventurar pela música pop Björk fez parte de inúmeras bandas, do punk ao pós-punk, passando pelo gótico de vanguarda, que é onde se encaixaria o KUKL (“bruxaria” em um idioma islandês da época dos vikings). O gótico por si só já é um gênero musical extremamente obscuro e macabro, mas quando feito numa ilha gelada nos arredores do Pólo Norte o resultado é ainda mais nefasto. E é isso que ouvimos nesse disco de estréia, cujo título foi inspirado no livro predileto da cantora, “The Story of the Eye”, escrito em 1928 pelo francês Georges Bataille, que conta a história de um jovem casal que envolve em uma de suas violentas e sexuais aventuras o olho arrancado de um sujeito (talvez uma inspiração para o japonês Suehiro Maruo). E as sensações que o disco provoca no ouvinte faz qualquer disco do Bauhaus parecer a mais colorida das festas new wave: as atmosferas mórbidas nos remetem a rituais orientais sangrentos, principalmente devido aos sopros e ao vocal característico de Björk, não muito diferente da sua carreira solo, mas um tanto quanto mais cru e extremo, e tudo isso suportado por uma cozinha pesada e envolvente, com uma técnica apurada resultante de uma banda formada por membros oriundos de outras bandas já existentes – mas sem perder o frescor e a crueza de uma banda recém formada por músicos estreantes.

Assassin” é uma música forte, pesada, perturbadora, onde Björk faz os backing vocals para o pesadelo vocal promovido por Einar Örn, um punk-gótico clássico que vai crescendo em angústia para culminar em um grito de pânico de gelar o sangue nas veias de um esquimó; já em “Anna” ela passa de mera coadjuvante a elemento essencial da banda, expurgando os vocais mais recônditos do fundo de su’alma. “Open the Window and Let Your Spirit Fly Free” tem uma estrutura gótica clássica, mas um pouco mais experimental do que estamos habituados a ouvir, seguida por “Moonbath”, onde abre-se mão da percussão para promover uma viagem sem volta ao lado mais escuro da noite. Tenebrosa. “Dismembered” é um pós-punk quase clássico, mas o indefectível vocal da islandesa continua fazendo a diferença. “Seagull” é uma música única, agressiva e inofensiva ao mesmo tempo, e na sequência temos talvez a faixa mais completa e característica da banda, baixo e baterias marcantes e uma parede glacial de guitarras servindo de background para as incursões demenciais de Björk e Einar Örn, encerrando com “Handa Tjolla”, com trovoadas e percussão tribal que parecem ter saído das mais obscuras cavernas rochosas litorâneas da Islândia.

A banda ainda lançaria mais um disco de estúdio, ainda mais complexo e experimental, e que também vale a pena ser conhecido; mas, para quem conhece a carreira solo ou nem isso da islandesa, esse “The Eye” é altamente recomendado como porta de entrada para se regozijar com o que essa peculiar artista tem a mostrar, mas que de maneira alguma resume sua tão grandiloqüente carreira.
Ir para o topo Ir para baixo
Kamikaze
Admin
Kamikaze



KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Empty
MensagemAssunto: Re: KUKL – The Eye (Islândia, 1984)   KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Icon_minitimeSex Abr 24, 2009 1:29 pm

Uma banda REALMENTE surpreendente, sobretudo se o ouvinte tiver em mente o trabalho posterior de Björk, tanto no Sugarcubes quanto em sua carreira solo.

E o Prodígio acertou na mosca: "as sensações que o disco provoca no ouvinte faz qualquer disco do Bauhaus parecer a mais colorida das festas new wave(...)"

Concordo plenamente: The Eye é um dos discos mais 'noturnos' do que lato sensu poderíamos chamar de gothic rock.
Ir para o topo Ir para baixo
Prodigio

Prodigio



KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Empty
MensagemAssunto: Re: KUKL – The Eye (Islândia, 1984)   KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Icon_minitimeSáb Abr 25, 2009 2:56 am

Pô se vai citar pelo menos corrige né Stoned
Ir para o topo Ir para baixo
Conteúdo patrocinado





KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Empty
MensagemAssunto: Re: KUKL – The Eye (Islândia, 1984)   KUKL – The Eye (Islândia, 1984) Icon_minitime

Ir para o topo Ir para baixo
 
KUKL – The Eye (Islândia, 1984)
Ir para o topo 
Página 1 de 1
 Tópicos semelhantes
-
» Swans - Cop (1984 - EUA)
» The Secret Eye of L.A.Y.L.A.H. (1984) - Zero Kama

Permissões neste sub-fórumNão podes responder a tópicos
Less is More - O F.O.R.O.  :: Resenhas :: Música-
Ir para: