Faixas:1. "Frantic"
2. "St. Anger"
3. "Some Kind of Monster"
4. "Dirty Window"
5. "Invisible Kid"
6. "My World"
7. "Shoot Me Again"
8. "Sweet Amber"
9. "The Unnamed Feeling"
10. "Purify"
11. "All Within My Hands"
Esse é sem dúvida o álbum o qual mais esperei por fazer uma resenha digna e o momento não poderia ser melhor. Finalmente acabei de assistir ao documentário ''Some Kind of Monster'' para finalmente juntar os fragmentos que é o disco em questão.
MetallicaVocê indie fresco boiola ou você fã de black metal norueguês também boiola não conseguirá negar jamais a força que o nome Metallica tem no cenário da música. Responsável por no mínimo 2 de 5 dos melhores discos produzidos em qualquer estilo que você enquadre a banda, Metallica popularizou o que sempre foi tão cultuado por não ser popular. Bem, pare de chorar quanto a isso, se anonimato fosse bom voce não saia por aí falando pra todo mundo que perdeu o cabaço.
A única parte clichê que espero fazer durante a resenha é aquela mesma ladainha de velha sem sexo que os fãs que se dizem ''antigos' do Metallica fazem a cada novo álbum. É fato mais do que óbvio que após o disco ''And Justice for All'' o Metallica veio peidando na lancheira em cada novo lançamento. Eram discos normais ou até mesmo bons (como considero o split com a Orquestra Sinfonica). O fato é que uma banda como o Metallica não pode se dar ao luxo de fazer álbuns bons, muito menos normais, tem que fazer a música que põe o Metallica acima de
todas as outras bandas do estilo.
A bandaTer uma banda não deve ser fácil. Miles Davis ao escolher mitos da música para deixarem sua genialidade fluirem através da música em si acabava impondo a sua própria genialidade. Contraditório? Não. O fato é que uma banda é aquela parte chata da vida de lidar com pessoas elevada à quarta potência. Ninguém tem a equipe perfeita e intocável e na minha opinião, os mesmos músicos durante 10, 15 anos na mesma banda só contribuem para aquela merda toda de deixar o mesmo som e impressionantemente quando tentam mudar o estilo continuam fazendo o mesmo som. Tem gente que gosta de ficar ouvindo Rush a vida inteira, pergunta o que eu acho dessas pessoas?
tão empolgantes quanto esse caraTudo isso simplesmente pra chegar no fato que esse álbum é a síntese ao meu ver e a total quebra de síntese do que é ter uma banda. Essa parte é muito relevante na discussão do álbum, principalmente após ter assistido ao documentário da banda que mostra o que cada um passa. Não só eles, não tenho dó de drogado e bêbado nem me emociono quando eles recuperam, fazem música novamente. Fodam-se, eles ganham dinheiro e mulheres com isso. O fato é que é realmente importante principalmente numa banda que chegou ao extremo da qualidade musical e ao fosso em pouco mais de 10 anos e que manteve uma formação quase inalterada se conhecer o que passa na mente sã ou doentia na produção de cada álbum.
St. AngerDemorou, quando as coisas demoram muito geralmente saem ruins e você faz muita cagada até lá, vejam os judeus que esperam o Messias até hoje e cada dia mais vão dormir no colo do capeta. Enfim demorou bastante pra sair esse álbum. Saiu o baixista Jason Newsted, uma frutinha ao meu ver. James Hetfield foi tratar os acidentes de trabalho e blá blá blá. O Metallica entrou na sua maior crise e quase acabou. Noffa estol emossionado. A verdade é que o Metallica precisava desse álbum para acabar, se ele de fato acabasse. No documentário fica claro que foi o primeiro disco que o Hetfield e o Ulrich abriram espaço para que os outros da banda pudessem falar alguma coisa sobre a produção e composição das faixas. Então você me diz que é ESSA MERDA É O QUE ELES SABEM FAZEM ENQUANTO ESTÃO JUNTOS? Sim. Essa merda. Agradeça essa merda todo santo dia quando você ouve Master of Puppets e se acha o metaleiro quase cult que se auto-afirma com um pênis de 13 cm dizendo ''Pelo menos eu gosto do Metallica antigo.'' St. Anger é um disco retroativo, é aquilo que sustenta e fundamenta tudo que o Metallica fez. Das glórias às escrotices. Dos casos imbecis como a bicha do Ulrich implicando com o Napster até a morte do Cliff Burton. Há a resposta para tudo nesse álbum.
Nunca vi isso em nenhum álbum, em nenhuma banda. Um disco que sustentasse tudo feito até então. Não que essa inovação seja boa, não exime o Metallica dos álbuns fraquíssimos após o And Justice for All. Mas é o suspiro que eu daria de forma igual para o preço que se paga por fazer música e ser reconhecido por ela: a crítica, em todos os seus aspectos e nuances possíveis.
Quanto ao som vou falar do meu gosto pessoal e que portanto, vale mais que o de vocês. Riffs é a palavra-chave. Excelentes como sempre foram, em toda a carreira da Metallica, mas diferente dos últimos álbuns, foram melhores aproveitados. Os clichês dos merdas quanto a esse álbum se resumem às letras, à ausencia de solos de guitarra e ao som escroto da bateria. O fato é que as letras fazem jus ao que eu disse anteriormente, elas dizem o que o Metallica precisava ouvir. E dizem de forma majestosa. Foda-se eu, você e os fãs. O Metallica não precisa de nós. Nem nós precisamos deles, mas oh sim, eles fizeram a diferença quando até hoje não se fez a diferença. A ausência de solos por mim tanto faz, gosto pessoal, só jogador virgem de Guitar Hero reclama até hoje de ausência de solos de guitarra em músicas do estilo do Metallica. O som de lata da bateria é chato com certeza. Quando lançou o And Justice for All duvido que todos gostavam daquela bateria com som de saco de café. Por falar em And Justice for All, são muitas as semelhanças que vejo com esse álbum: as músicas mais longas e mais técnicas, a bateria esquisita, o novo baixista e só.
St. Anger é o melhor álbum do Metallica desde And Justice for All. E daí? E daí que poucos sabem disso, muitos vão continuar dizendo que é um lixo porque não se conformam quando vêem que o Metallica fizeram um álbum que a banda precisasse para se reconstruir e conseguir ver quem eles realmente são. Não é o melhor, nem o segundo melhor, nem o terceiro, nem o quarto melhor disco do Metallica. Mas para o fã da banda que não parou no tempo é a mesma banda que apanha, que se fode, que se ergue, que cai, mas que continua fazendo você aumentar o volume um pouco mais.