MGMT - Congratulations (2010)

1. It's Working
2. Song for Dan Treacy
3. Someone's Missing
4. Flash Delirium
5. I Found a Whistle
6. Siberian Breaks
7. Brian Eno
8. Lady Dada's Nightmare
9. Congratulations


Andrew VanWyngarden - Vocal, guitarra, teclado, bateria
Ben Goldwasser - Teclados, bateria


Enquanto eu coçava o saco, estava a me perguntar: Por que não existem mais textos jornalísticos que comecem com indagações relativas a coçar o saco? Imagina você estar vendo o Jornal Nacional, e do nada o Bonner fala "Enquanto coçava os bagos, me questionava da atual conjectura do caso do assassinato do Glauco". Tudo seria mais interessante, e todos nós teríamos que sofrer menos com o rótulo de "alienados" por não termos, isso mesmo, SACO pra assistir um casal falando de notícias cujas utilidades práticas em nossas vidas, é importante salientar, são altamente questionáveis. Quero dizer, eles vão sair dali e provavelmente vão trepar loucamente. E eu tenho que pensar naquilo que eles falam? Ah, vá chupar um limão.

Falar de coçar o saco aumenta o novelty factor da coisa em si. Eu tenho plena consciência que tudo que eu escrevo está aliado nesse novelty factor, nessa coisa do choque. Não é algo que vai dar certo por muito tempo, nem me permite grandes saltos estilísticos. Então eu arrisco de falar sobre coçar o saco, no final, eu sei que não vai fazer grandes diferenças. Qual a nossa dificuldade? Por sinal, tudo nessa área gera certo desconforto. Saber que um certo amigo teu tem um pau maior que o teu é desconfortável, mas qual o motivo disso? Por que? Gera uma insegurança, mas acho que tem mais coisa aí. No final do dia, acho que ninguém realmente quer saber sobre o saco nem o pau dos outros. Mas eu falo disso. Eu teorizo sobre falar disso. E, acreditem em mim, pensar merda partindo do princípio de coçar o saco é mais interessante do que ouvir o disco novo do MGMT.


Lembra daquele papo de novelty factor do começo do parágrafo anterior? Essa banda era apoiada justamente nisso. Faziam um som doidão, baseado justamente nessa cultura. Mas, infelizmente, não há muito o que explorar ali. É o que é, e o que não é provavelmente é só alguém falando merda. O MGMT sabia disso. Decidiram expandir. E o resultado não ficou legal, é simples assim. Metanoia já não era grandes coisas, mas no Congratulations pouquíssimo se salva. A faixa-título é uma balada acústica interessante, com uma levada até gostosa. "Siberian Breaks", a mais longa, tem trechos interessantes. "Song For Dan Treacy" é a única com esse som novo da banda que realmente funcionou, e essa é uma belíssima composição. O resto é de mediano pra ruim, e "Someone's Missing" é particularmente ofensiva. Ah, e a produção do Sonic Boom tá uma merda, nem sei onde ele tava com a cabeça. Praticamente todo instrumento do disco tem um timbre culhão. Acho que ele saiu da cadeira de produtor, foi dar um barrão, foi abduzido na privada, e deixou pros dois rapazes a produção. E aí fudeu tudo...

O lance a se perceber aqui é que não é um disco ruim. É um disco chato. O problema não foi que ficou gay, e ficou gay. O problema é que ficou chato, nada te chama muito de volta. E eu tento ouvir, porque o Oracular Spetacular é fácil um dos melhores da década. Mas pegue por exemplo a "Flash Delerium". A melodia principal é interessante, e o final é muito legal. Mas não parece que eles pensaram muito em muita coisa aqui. Os trechos que nem fazem tanto parte da progressão natural da música são medonhos, a parte da flauta é detestável, o coro também é muito chato. Aliás, tem muito coro no disco. E isso é um porre. Eu tava ouvindo agora Sun City Girls, e eu adoro o vocal torto deles. Não deixa de ser um coro. Mas o do MGMT é redondo demais, fica babaca. Não dá nem pra falar que eles tão se levando a sério, porque claramente não estão. O problema não é nem não ter encaixado a proposta, é a proposta ser besta em primeiro lugar.

Então, é isso. Eles nunca foram uma grande banda, mas lançaram um grande disco. Congratulations não é ruim, mas eu duvido que vá ouvir muito. O grande momento do disco é a "Song For Dan Treacy", que é fantástica mesmo e vale a pena ser conhecida. Pelo menos o Andrew parou de imitar o Mick Jagger. Ainda é melhor do que qualquer bosta de Black Metal, não me entendam errado, mas é minha primeira grande decepção no ano. Nem parecem os mesmos viados que fizeram "Kids", uma das melhores músicas que eu conheço. E o novo do Gorillaz tá bem melhor, nesse podem ir na fé. E vou parar de falar antes que comece a coçar o saco de novo. Ou, pior, comece a falar sobre isso.

Em suma: fujamos do disco que, por sinal, tem uma capa horrenda tb.

ouça o disco do fang island nobs, esse sim é foda, mgmt sempre foi gay mesmo mas eu gostava de time to pretend

Do Contra escreveu:

pretenders:

Do Contra escreveu:

ouça o disco do fang island nobs, esse sim é foda, mgmt sempre foi gay mesmo mas eu gostava de time to pretend

Ouvi falar desse Fang Island, vo ouvir aqui cara, valeu pela dica. A Pitchfork tava babando em cima, e eu tenho muito medo das coisas que a Pitchfork baba em cima.

Na verdade, a pitchfork é assim:

se o disco tirou entre 8 e 9 ele é realmente bom, mas se ele tirou mais de 9 é uma merda.

Do Contra escreveu:

se o disco tirou entre 8 e 9 ele é realmente bom, mas se ele tirou mais de 9 é uma merda.

entenda jovem padawan, a pitchfork idolatra discos que são uma merda, tipico mela-cueca de indie, enquanto da notas medianas para bons albuns.

Nesse caso um disco de seis lá é masterpiece!

XMT escreveu:

Nesse caso um disco de seis lá é masterpiece!

Ahm, não. Um discos que é considerado masterpiece aqui no FORO nem aparece lá na pitchfork. Seis lá provavelmente é ruim, se bem que eles vivem dando nota merda pro Wilco.

Música para indie gorda brincar de ser psych, passo longe disso ae.

Cara, a melhor definição desse disco é aquela: sabe a mina "quase bonita", tipo a Deborah Evelyn? Então, é um disco quase bom... o cara tá a ponto de dizer "que afudê isso" e não chega a dizer porque a empolgação não chega lá.

Mas Siberian Breaks é uma obra prima.