Miasma and the Carousel of Headless Horses - Perils (Inglaterra 2005).
Músicos:
Daniel O'Sullivan: Guitarra, Harmonium.
Sara Hubrich: Violino, Viola.
Orlando Harrison: Piano, Orgão.
David Ledden: Biaxo.
David Smith: Bateria, Percussão.
Jamie Gomez Arellano: Sons.
Com:
Sarah Measures: Flauta.
Faixas:
1. Blackening: Crows Templar (1:30)
2. The Mage (7:01)
3. Peacock the Heretic (3:55)
4. Perilous Fathoms (7:06)
5. Rabbits Foot (1:53)
6. Whitening: Foxes Templar (1:17)
7. Gypsy Funeral: Hark! From The Tombs A Doleful Sound (5:54)
8. The Pale Staircase (3:35)
9. Iridescence: Peacocks Tail (0:39)
10. Asmodius Arise (4:49)
11. Reddening: Blood of the Pelican (0:57)
12. The Optician (5:20)
13. Ouroboros: Phoenix Rising (0:51)
Tempo Total: 44:42Subgênero: R.I.OAvaliação: :5:
Ultimamente a cena R.I.O anda em baixa. Há poucos lançamentos. As grandes bandas estão paradas. E as bandas que surgem estão cada vez mais genéricas e artificiais. Os últimos anos vem sendo sombrios com o progressivo vanguardista.
Então, eis que surge pra mim com o impacto de uma bomba o Miasma and the Carousel of Headless Horses. Simplesmente incrível! Formado por membros da banda Guapo, o Miasma, é um projeto paralelo. É uma iniciativa parecida com a do Anekdoten quando formou o Morte Macabre. Um álbum apenas e voltemos a banda original.
Eu poucas vezes vi um disco com tanta beleza e tanto refinamento como esse. Eu pouca coisa ouvi do Guapo. O pouco que ouvi para ser sincero não me lembro como que era.
O som do Miasma me trouxe uma nova proposta de R.I.O. Mesclando uma gama considerável de influencias mantendo uma originalidade muito peculiar. Digamos que alguns integrantes do Univers Zero e do Anglagard formaram uma nova banda. Para completar a formação os membros do Devil Doll foram chamados. Pronto, é mais ou menos isso que é a banda. Essa fusão inusitada, se confirma em Perils, o único álbum da banda. Aqui você encontra um pouco do Ceux Du Dehors (Univers Zero), mais alguma coisa do Hybris (Anglagard), e outro tanto considerável de Eliogabalus e Sacrilegium (Devil Doll) e claro, vai te lembrar o Guapo. Apesar disso, a banda é muito original, retomando sim todas as influencias citadas mas a partir disso criando um formato novo de grande beleza. Conheci esse disco ontem, por indicação daqui mesmo. E desde ontem o disco não sai do meu player. Talvez eu esteja em estado de choque ao escrever uma resenha do um disco que literalmente eu conheci ontem, mas preciso documentar essa primeira impressão tão positiva que eu tive sobre o álbum de alguma forma.
Mamãe eu tenho um balão preto do goticismus!“Perils” é um álbum com músicas bem curtas no máximo 7 minutos. Mas todas as músicas são emendadas, e tratam do mesmo tema. Apesar de ser completamente instrumental, o álbum parece, de alguma forma ‘contar um história’. De modo que as 13 faixas, na verdade são fragmentos contínuos, então temos a impressão de que os 45 minutos de álbum passam sendo apenas uma música.
O Miasmão no seu dia a dia, rotina. Reunião da mesa branca. Isso sim é confraternização! Nem tudo está perdido confrades há muitos jeitos de ser fazer uma reunião tr00 sem ficar se abraçando com macho num tanque de lavar roupa!!!Enfim as músicas...
O álbum abre com uma sinistra introdução de harmonium. Inclusive esse harmonium em
Blackening: Crows Templar, lembra muito a maneira com que o Univers Zero conduzia o instrumento em álbuns como Heresie.
Em
The Mage, o álbum começa de fato. Essa música com 7 minutos, apresenta ótimos temas. Como a sua introdução, uma marcha do mesmo porte de The Devils Triangle do King Crimson. A guitarra altamente climática, cria uma atmosfera hipnótica para a música explodir em um tema dissonante. Porem a música cai em um clima sedado marcado pela guitarra e pela bateria, guinadas a algum espaço desconhecido e escuro, assim encerando a canção.
Uma das minhas faixas favoritas do álbum é
Peacock the Heretic. Se alguém me falasse que é uma musica instrumental do Devil Doll eu acreditaria. Está tudo aqui. O piano imponente, os fraseados de violinos lindamente executados. A atmosfera teatral, os compassos que remetem a alguma dança sinistra. A termino dessa faixa, eu não falei “FODA! CARALHO!!!”, mas falei “que linda!”. Sim essa faixa é linda. É a primeira vez que falo isso para um disco de R.I.O.
Quebrando o clima ‘devildoliano’, temos
Perilous Fathoms. Tambem com 7 minutos, a música apresenta um quê mais Hybris. As quebradeiras da banda sueca, o minimalismo Zappiano de Jordrok é reinventado aqui. O piano maluco, soltando fraseados jazzísticos a toda, é realmente o destaque. Uma faixa bem diferente do restante do disco.
Rabbits Foot, funciona como uma conclusão da faixa anterior. Primeiramente mais algumas loucuras jazzísticas, e no final um ótimo crescendo com o violino.
Daqui pra frente, as texturas sombrias, a acentuação funesta e momentos gloriosos a lá Univers Zero/Devil Doll, vão se tornando cada fez mais presentes. O primeiro sinal disso é
Whitening: Foxes Templar. Uma música curta com pouco mais de 1 minuto. Extremamente fria, aparecem algumas intimistas notas de harpa se emendando com a música seguinte.
Chegamos agora, a monumental
Gypsy Funeral. O tema cigano que começa baixo inicia a faixa, tocado na guitarra demonstra uma beleza e simplicidade tão grande, que me pergunto como tão pouco fez tanto? O que se segue, são temas dramáticos funestos que vão se tornando cada vez mais lindos. Chegamos ao final dessa faixa com temas mais acelerados. Piano violino e bateria simplesmente divinos. A música termina até com um ar mais esperançoso para uma música tão tensa.
As músicas
The Pale Staircase, Iridescence: Peacocks Tail, Asmodius Arise e Reddening: Blood of the Pelican , são impecáveis. Os climas elaborados pelo violino piano e guitarra nessas faixas, é tão forte que chega a ser difícil chegar a alguma conclusão. Apelando para mais uma metáfora digamos que seja uma catacumba em algum inferno profundo executando uma opera em compasso teatro circense. A qualidade instrumental da banda e as texturas sombrias se confirmam nesses temas.
The Optician, é mais uma faixa sombria e dramática. Novamente o violino rouba a cena. Os temas variam de R.I.O, folk, jazz e até alguns momentos mais sinfônicos. O álbum encerra com uma vinheta curta e intimista chamada
Ouroboros: Phoenix Rising. Um rápido e triste crescendo com solitárias notas de violino.
Em suma: Belíssimo álbum. E eu recomendo até pro ouvinte sinfônico mais ortodoxo, pois vai agradar. E um agradecimento especial ao Marcvs Colonel que me indicou a banda. Enfim F.O.R.O, podem ir NA FÉ :av:
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Qua Jan 14, 2009 3:46 pm
